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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Poemas de Natal (Fernando Pessoa)


Natal

Natal... Na província neva.
Nos lares aconchegados
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento profundo,
Estou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Visto de trás da vidraça
Do lar que nunca terei.

(Cancioneiro do Natal Português)

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Conto de Natal: "A Fábrica dos Brinquedos"


Há muito, muito tempo, viveu um homem muito grande e forte mas também muito velhinho. As barbas brancas quase lhe tocavam no peito e o seu cabelo comprido estava em desalinho.
Um dia, Nicolau - assim se chamava ele - sentou-se ao pé da janela a meditar. A certa altura, olhou através da janela: lá fora nevava. Era Inverno! Os vários pinheiros do jardim estavam cobertos de um manto espesso e branco. Porém, umas pegadas na neve despertaram-lhe a atenção. Um pouco mais adiante, estava um mendigo. Esse pobre homem, que era um sem-abrigo, estava mal agasalhado, descalço e sozinho. Noel, que tinha um coração de ouro, abriu a janela e chamou-o:
- Vem cá, homem! Onde é a tua casa?
- Ah! A minha casa?! Eu não tenho casa.
- E a tua família?
- Oh! Esses…nunca os conheci. Vivia com a minha avó, mas ontem ela morreu, não aguentou o frio deste Inverno…
- Meu Deus! Mas, que vida tão triste a tua! E agora?! Com quem vives? Sozinho?
- Sim, agora vivo sozinho.
- Mas…e ... e não tens frio, mal agasalhado e descalço? Bem que precisas de um par de sapatos, de uma camisola e de um casaco! Vou pedir à minha mulher que te faça uma camisola e vou fazer-te eu próprio um par de sapatos! E sabes que mais? Se quiseres colaborar comigo!
- Oh! Muito obrigado, senhor. Que devo fazer para colaborar consigo?
- Eu vou explicar tudo: a minha mulher andava a dizer-me que eu precisava de um trabalho para me entreter. Eu fiquei um bocado confuso: como poderia eu arranjar um emprego de um dia para o outro? E então, quando te vi, lembrei-me imediatamente de um bom passatempo para nós os dois! E até fazíamos uma boa acção e tudo! A minha ideia era construirmos uma fábrica de brinquedos onde trabalharíamos todo o ano para obtermos os melhores e mais bonitos presentes para oferecermos aos meninos bem comportados no final do ano. Podíamos também dar um nome à data de entregar as prendas. Hummm, pode ser NATAL, em honra da minha mulher Natália.
- O senhor, isto é, o Nicolau tem ideias fabulosas! Para mim o senhor é um verdadeiro santo!
- Oh! Oh! Oh! Não sou nada! Sou apenas o Pai Natal! É um bom nome para quem inventa o NATAL! No NATAL, todas as prendas devem estar prontas. Treinarei as minhas renas para grandes viagens, prepararei o meu trenó e… já me estou a ver a cruzar os céus!!!!! Só tu poderás estar comigo no trenó, para levares o saco com as prendas!
- Mas, Pai Natal, quando é que vai ser o NATAL?
- Oh! Meu Deus! Não tinha pensado nisso! Mas, até pode ser no dia em que nasceu Jesus! Ele ficaria orgulhoso de nós! Portanto o NATAL é no dia 25 de Dezembro! É verdade, como te chamas meu amigo?
- Chamo-me Cristóvão.
- Muito bem, Cristóvão, vamos já contar tudo à minha mulher!
Natália ficou encantada com a ideia do marido e prontificou-se logo a chamar todos os duendes empregados para ajudarem na construção da fábrica. Estes adoraram a ideia de passar a trabalhar numa fábrica e empenharam-se mais que nunca na sua construção. Em menos de cinco dias a fábrica estava pronta!
Naquele ano todos os duendes tiveram de trabalhar em velocidade máxima, pois o NATAL estava à porta!
Todos os dias a fábrica de brinquedos do Pai Natal recebia dezenas de cartas de todos os meninos e meninas do mundo, a encomendarem os seus presentes de NATAL. A todas as cartas o Pai Natal respondia dizendo que se portassem bem.
E o prometido é devido: os duendes carregaram as prendas até ao trenó e Cristóvão pô-las no grande saco do Pai Natal. À meia-noite em ponto, o trenó cruzava o céu puxado pelas renas, carregando o saco dos presentes, o Pai Natal, e, claro, Cristóvão!
Ainda hoje, sempre que é a noite de Natal, podemos ver o grande trenó com o Pai Natal e Cristóvão, se olharmos para o céu à meia-noite em ponto …

Contributo: XICOALMEIDA

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Feliz Natal


O Novo Blog dos Forninhenses deseja a todos Votos de um Natal repleto do melhor que esta Quadra possa proporcionar e que 2010 concretize os sonhos e ambições pessoais e profissionais ****

Feliz Natal!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Tradições de Natal

Na quadra natalícia usa-se uma culinária especial, conforme os costumes das diversas terras. Na nossa consoada, o costume é o bacalhau com batatas, a couve...e o nosso bom azeite.
Consta que o bacalhau foi introduzido na alimentação inicialmente pelos portugueses, que o descobriram no século XV, época das grandes navegações. Desde então faz parte da tradição dos portugueses.

Na doçaria temos as filhóses, as fritas, o pão-leve, o arroz-doce e o bolo-rei que apareceu mais tarde.

Diz a lenda que, quando os Reis Magos foram visitar Jesus para lhe oferecerem presentes, a alguns quilómetros do presépio tiveram uma discussão: qual deles seria o primeiro a oferecer os presentes?
Alguém estava a escutar a conversa e propôs uma solução. Ele faria um bolo em cuja massa incorporaria uma fava. Repartiria pelos três. Aquele a quem calhasse a fava, seria o primeiro a oferecer os presentes ao Menino. Ainda hoje, quem ficar com a fava terá de dar um presente.

O Natal da minha Aldeia: Forninhos

(Cepo-Noite de 24.12.2008 - Largo da Lameira)

Para descrever o Natal da minha Aldeia, aquilo que pessoalmente me espanta nesta altura do ano, é chegar a Forninhos e assistir à ausência do consumismo. Os vizinhos levam uns aos outros presentes, fruto do seu trabalho na terra. Alguns oferecem umas nozes ou um frasco de mel, outros oferecem couves a quem não tem e ainda aquela garrafa de azeite que as tempera, uma garrafa de jeropiga ou de vinho que aquece o coração dos homens. Reparar que a preocupação principal das pessoas está mais virada para a preservação dos costumes, das tradições por vezes seculares, como é a feitura das filhóses em cada casa ou o bacalhau com as  couves de cortar e batatas; o compôr o Cepo de Natal na Lameira e depois da ceia as pessoas ao seu redor, o que faz com que aqueles que estão longe (como eu), sintam motivação para lá estarem nesta altura, pois isso fará recordar tempos já passados. Não recordamos somente a vinda de Jesus ao mundo terreno, mas também a nossa família.
E  esta é a razão principal que hoje me levou a fazer este artigo: conhecer melhor a tradição da Quadra que agora se cumpre: O Natal. Porque quando é altura de festejar, há também muito a ensinar.
Dos natais da infância da minha tia, aqui vos deixo um pedacinho: "ao contrário do resto do ano, no dia da consoada os mais novos tinham a liberdade de sair à noite, até à missa do galo, porque  nessa noite nada de mau nos acontecia, porque era o dia do Menino".
O desafio é dar a conhecer o Natal antigo, aquilo que o distingue do Natal de hoje...

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

" CEIA DE NATAL COM A COMUNIDADE"

No seguimento dos anos anteriores (2007 e 2008) irá realizar-se uma Ceia de Natal, com a comunidade Forninhense, no próximo dia 19 de Dezembro, pelas 18H00, na Sede da Junta de Freguesia. Este ano a ideia partiu do Sr. Padre Paulo em colaboração com a Junta de Freguesia de Forninhos, a quem não posso deixar de elogiar por esta iniciativa de promover o convívio e o bem-estar social entre as suas populações, neste jantar alusivo à época natalícia que se avizinha.
Será, pois, também uma oportunidade de todos aqueles que por ordens várias, sejam elas políticas, ideológicas ou de qualquer outra natureza, se juntarem a este convívio, pois as diferenças devem ser colocadas de parte e se possível, para os restantes meses do Ano!

Programa:
18H00: Entradas
18H30: Auto de Natal da Catequese
19H00: Jantar, composto por Bacalhau, batatas e couves
Sobremesas: arroz-doce, filhós e bolo-rei
Sumos, Vinho e similares
O preço por pessoa é: € 7,50 (adulto), o qual será pago no acto da inscrição até ao dia 17.12.2009 (Quinta-Feira), junto das Catequistas, Centro de Dia e nos Cafés da Aldeia. A receita reverterá a favor da Igreja.
As crianças não pagam.

Obrigada a todos os que contribuem para dar seguimento a esta iniciativa.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Miradouro "Cabeço do Gato"

Alguns conhecerão o miradouro "Cabeço do Gato", outros não. A minha sugestão é que nesta Quadra Natalícia, quem visitar a aldeia de Forninhos se desloque a este lugar panorâmico, sito no alto da N. Senhora de Fátima, perto da localidade dos Valagotes.
E, posto isto, pergunto: Forninhos tem aproveitado e valorizado as boas coisas e a história que a terra tem? Ou, pelo contrário, continua a existir uma mentalidade que vive à sombra do idealismo pré-histórico, onde tudo é belo como está?
Eu sou de opinião que Forninhos tem todas as condições para a edificação de outros miradouros e escadinhas de acesso (como as da foto) noutros pontos da Serra, estou a lembrar-me da "Cadeira do Rei" que se encontra num pedregulho enorme. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Modos de Dizer: "Matar o Bicho"

"Matar o Bicho" é uma expressão muito conhecida do povo forninhense, como designação da primeira refeição do dia, a que hoje habitualmente chamamos de pequeno-almoço. As outras refeições principais eram o “jantar” por volta do meio-dia e a “ceia” à noite. Ainda hoje as pessoas mais velhas referem-se ao almoço, como jantar.

Antigamente eram os próprios patrões que ofereciam o “mata-bicho” aos trabalhadores do campo, antes de estes começarem o trabalho; e, a meio da manhã, portanto, antes do meio-dia, comiam a piqueta, o que ainda hoje é usual nos trabalhos rurais.
Outra expressão que ainda hoje é usual e habitual entre os forninhenses é a merenda, que é uma refeição feita por volta das 16h.

Contribuam com outros modos de dizer, palavras ou frases que podem ser usadas para expressar outro significado.

« eu já estou com a barriga a dar horas»

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Seringador


O Seringador é na sua essência um almanaque semelhante ao Borda D' Água. Se calhar só os mais velhos se lembram deste Almanaque com dicas à moda antiga para os agricultores. Mas, na altura não havia agricultor ou cidadão que não tivesse em casa O Seringador. Era por ele que se sabia quando plantar e quando colher, as fases da lua, o nome do santo de cada dia, conselhos sobre saúde, o nome de flores, plantas e de todos os legumes e cereais, podas das árvores, etc, etc.
Hoje o Borda D´Água é o mais conhecido, mas o Seringador era o mais vendido no Centro e Norte de Portugal e era o almanaque mais usado pelos nossos antepassados.

Sabedoria Popular


- «Pelo Natal os dias têm bico de pardal»
- «Depois do Natal, saltinho de pardal»

Estas expressões referem-se ao aumento/crescimento dos dias de Inverno. E como estes dias vão tão cinzentos, há demasiado tempo sem sol, nada melhor do que começarmos a pensar já nos dias com mais solinho.
Mais alguns exemplos de saberes populares há, referindo-se aos dias curtos ou a como crescem um pedacinho após o solstício de Inverno, tal qual o boletim meteorológico, e pelos quais as pessoas se regulavam principalmente no que dizia respeito à agricultura.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Mezinhas de Outros Tempos

Até a um passado muito recente, nas aldeias era habitual o uso de mezinhas e rezas para cura dos males. Como é sabido, em Forninhos, o acesso a médicos e a medicamentos era muito difícil e praticamente inexistente. Com frequência, algumas pessoas mais experientes e expeditas exerciam certas práticas médicas e recorriam àquilo que a natureza dava, bem como a crenças religiosas e pagãs. O conhecimento passava de geração em geração. No entanto, algum deste conhecimento perdeu-se, fruto de hoje em dia, felizmente, existir melhor acesso a médicos e a medicamentos. Deste modo, para que fique gravado na nossa memória colectiva, pensei ser importante deixar registado o conhecimento que me foi, até hoje, transmitido por familiares.

Nervos: beber chá de tília;
Estômago: para facilitar a digestão pode beber-se chá de cidreira;
Rouquidão: ferver casca de cebola com açúcar e mel;
Picada das Abelhas: encostar um objecto de metal (faca) à picada;
Treçolho: colocar uma aliança de casamento benzida em cima do olho e "rezar" três vezes: “treçolho, treçolho, passa para aquele olho” .

Muitos de vós terão certamente mais informação a acrescentar a esta minha recolha; é só uma questão de avivarem a memória, pois mesmo na actualidade recorremos frequentemente a algumas mezinhas sem darmos conta. Então…vamos lá a isso, pode ser? Sei que há quem aprecie estas coisas, por isso vou já partilhar também uma crendice popular que é costume ouvir Forninhos. Pois bem, quando dá comichão nos ouvidos quer dizer que o tempo vai mudar, digo, vai chover. O "bicho do ouvido" mexe...zás...muda o tempo! 

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Bodas de Prata

O Tónio e a Lurdes vão comemorar, no próximo dia 19 de Dezembro, 25 anos de casados, uma vida, de momentos bons e menos bons, de horas boas e horas difíceis, de companheirismo, de cumplicidade e logicamente de muito amor, com duas filhas maravilhosas. Espero que vivam mais, muito mais, de 25 anos juntos... que cheguem às bodas de ouro.


Nos últimos 25 anos, muitos foram os forninhenses que saíram da sua terra, o que provocou um certo despovoamento de jovens da aldeia, sendo a principal razão a falta de trabalho para a população mais jovem.
O Tónio e a Lurdes também saíram de Forninhos, mas tomaram a decisão de voltarem e se fixarem na sua terra natal, são hoje um dos poucos casais jovens de Forninhos.
Deixo aqui também publicamente os meus Parabéns por esta decisão, bem como a todos os outros casais jovens que o fizeram e que residem em Forninhos com as suas famílias.

Felicidades!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Turismo Rural

Casa Camélias da Beira

Forninhos apostou no Turismo Rural e tem duas Casas de Turismo Rural.
Desde já, aproveito para dar os meus parabéns aos autores desta iniciativa, que tenham força, coragem e orgulho, para continuarem sempre em frente, que possam dar a conhecer e fazer crescer a nossa terra, dando orgulho às nossas gentes.
Mas como filha da terra não posso deixar de dar a minha humilde opinião, acerca do seguinte:
Penso que seria benéfico dar a conhecer os nossos produtos regionais, pois estão pouco divulgados...falta uma lojinha para o comércio dos mesmos, desde o bolo de azeite, requeijão, queijo, presunto, morcelas, farinheiras, chouriças, torresmos, marmelada, doces/compotas, míscaros, vinho, azeite...no meu entender, seria uma mais valia, tanto para os visitantes, como para o bem da nossa terra!
Só que...não sei se é possível, pois não sei muito bem como funcionam certas burocracias!!!
Outra coisa que se relaciona com o turismo rural são as visitas guiadas com aluguer de bicicletas até. As visitas guiadas também podiam ser uma aposta, mas para tudo isto há que a autarquia dar apoio aos proprietários, dar apoio a quem quer investir, aos residentes, aos emigrantes ou outros, só assim é possível haver desenvolvimento da aldeia e mesmo começando hoje, os resultados só serão visíveis se calhar aqui a 10 anos!

Casa Fonte da Lameira

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Fonte da Lameira

Pode dizer-se que é um dos sítios mais emblemáticos da aldeia de Forninhos e quase todos os forninhenses devem ter uma recordação que lhe esteja associada - as minhas são muitas! Novos e graúdos por ali já partilharam muitas horas de alegria e de confraternização, tenho a certeza.
A fonte já lá está há muitos anos, mas a cobertura e os melhoramentos do espaço de lazer envolvente foi construído, salvo erro, na década de 80. E, o que ali temos hoje é uma fonte/tanque público descaracterizada e este mau exemplo não serviu para projectos futuros, porque anos depois mudaram a Fonte do Lugar para o meio de uma Rotunda! Só que este caso foi um pouco diferente do da Fonte da Lameira, pois a obra não foi pacífica e foram muitos os que se manifestaram contra a alteração e foi pena a Junta de Freguesia ter permitido a alteração da fonte, mas mais do que apontar culpados, é imperioso que no futuro não se assista impavidamente à destruição de mais um lugar da nossa História.
É urgente (re)pensar prioridades!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ecopontos Florestais


Tive conhecimento que vai ser instalada na zona industrial de Viseu, um centro de biomassa florestal, para recolha de resíduos florestais de vários concelhos, incluindo o de Aguiar da Beira, cujo funcionamento está previsto para o ano 2012.
Seria importante as Juntas de Freguesias começarem por criar ecopontos florestais nas respectivas freguesias e informar, sensibilizar os cidadãos para o propósito de recolher e encaminhar para destino adequado a biomassa florestal da região (restos de limpeza da floresta, como restos de madeiras, troncos, cascas, folhas, ramos, etc). Ao mesmo tempo, alertando-os para a facilidade de assim evitarem multas pela falta de limpeza da floresta.
Eu vejo a instalação dos ecopontos florestais com muita utilidade, pois, os resíduos resultantes das podas das árvores ou da limpeza dos matos não precisariam de ser queimados fora da época dos fogos florestais.
Pela sua importância e pela dimensão da nossa freguesia, penso que não só a colocação de mais ecopontos na povoação é essencial, mas também a instalação de ecopontos florestais devem ser solicitados às entidades competentes.

"Putigas"

Não é uma flor, chama-se "Putigas" e é comestível. Comi algumas quando era miúda e ainda hoje o farei caso as encontre.
Já não me lembro quando florescem, nem sequer sei se ainda existem. Lembro-me que as havia no "Castelo", será que ainda por lá nascem?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Míscaros ou Cogumelos?

A Augustinha e a Lídia na apanha dos míscaros...Que saudades!

Ultimamente tenho visto na TV alguns programas sobre a apanha de cogumelos, como um negócio em expansão, com informação sobre o perigo de desaparecimento da espécie já que muitos são colhidos precocemente e onde alertavam também para a diferença entre os venenosos, já que nem todos são comestíveis. Ora, para nós forninhenses penso que todos desde muito novos sabemos diferenciá-los. Da nossa mesa apenas fazem parte os míscaros (cogumelos amarelos), um arrozinho malandro com míscaros…hum até me faz crescer água na boca, e os tortulhos, entre os tons brancos e castanhos, que são também um autêntico petisco.
A par das caminhadas da natureza porque não organizar também no nosso concelho um passeio micológico, terminando com uma almoçarada de míscaros e castanhas à sobremesa? Tenho a certeza que a adesão de participantes seria fantástica para uma actividade que já tem dado os primeiros passos em muitos concelhos do país.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Pedra sobre Pedra

Adoro pedras, fascinam-me as suas formas, as suas cores, a sua textura. Tenho algumas pequeninas guardadas, algumas apanhadas no campo, os chamados seixos, tenho algumas da praia e da beira-rio.
Mas falando em preservar: até as casas antigas mesmo aquelas pequeninas com imensos anos, deveriam ser preservadas, só que acontece que a alguns proprietários não lhes resta outra alternativa e com a evolução dos tempos leva a que se deitem abaixo, por vezes para no mesmo sítio nascer grandes “aberrações”!


É pena que as gerações vindouras não fiquem com a noção de como eram essas habitações. Casas pequeninas que abrigaram n´outros tempos grandes famílias forninhenses, as chamadas casas “pobres” feitas de pedra de granito miúdas que, a meu ver, são um encanto quando as vejo pelos montes ou nas ruas da nossa povoação.
Mesmo em relação ao antigo povoado de S. Pedro existiam construções feitas de pedra de granito. Entretanto, foram sendo destruídas, dizem que, pelas crianças que pastoreavam os rebanhos por ali e que brincando se entretinham a estragar essas habitações?!! Mas é de lamentar a falta de interesse das autoridades que assim deixaram perder um património tão importante. É certo que não se trata de uma Conímbriga, mas nem só nas villas romanas viviam os romanos e outros povos.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Arquitectura da Escola Primária

Mais uma foto a fazer recordar outros tempos. Recordações de um tempo em que os meninos jogavam ao berlinde e à bola e as meninas à macaca e saltavam à corda. Recordações de tempos felizes e inocentes onde não havia playstations, onde as crianças se contentavam com muito menos do que os tempos de hoje lhe oferecem.
E de repente ao fazer este post voltei às carteiras da escola e às primeiras experiências de socialização, no meu tempo não havia jardins infantis e entrava-se para a escola sem qualquer conhecimento do que isso representava.
Sou de opinião que este edifício tem um papel cultural na memória colectiva de todos - ainda hoje quando entramos na Associação nos lembramos de peripécias que passamos naquelas Salas e recordamos tanta coisa...tantos momentos ali vividos - que devia ser conservado, mantendo a sua originalidade arquitectónica e devia fazer-se do espaço, um espaço com memórias e com a história da escola.

sábado, 14 de novembro de 2009

A Árvore do Terreiro da Senhora dos Verdes

Esta é mais uma fotografia que retirei do meu albúm e que decidi publicá-la aqui neste espaço, pois tirar fotografias e colocá-las num blog chama-se informar e muitas vezes recordar.  
Sabemos que Forninhos hoje tem alguns ecologistas, mas o certo é que todos os anos são abatidas árvores, outras acabam por tombar naturalmente como foi o caso desta. Por vezes falam no abate de árvores apenas por hipocrisia, pois todos os anos no Cepo de Natal é ver troncos e mais troncos a arder e depois há sempre aqueles que quando nada encontram para criticar deliciam-se com este tipo de fenómenos.


Espero que todos gostem de voltar a ver a árvore da Sra. dos Verdes.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Memórias: Antiga Equipa de Futebol de 11

(fotografia retirada do albúm de memórias do guarda-redes: Samuel Cavaca)

Talvez a nossa aldeia seja hoje uma das mais pequenas no número de habitantes, mas houve tempos que era uma aldeia onde reinava a mocidade.
Era no terreiro da N. Sra. dos Verdes que esta equipa jogava e onde toda a aldeia e simpatizantes os acompanhava. Os testemunhos dos elementos desta equipa são vários, mas todos são unânimes em dizer que as tardes de Domingo eram uma animação. De facto Forninhos é uma aldeia pequena, mas penso que o segredo do sucesso estava na amizade e união entre todos e na enorme vontade de fazer mais e melhor.
Um bem-haja a todos os que ao longo destes anos contribuíram para desenvolver as iniciativas que promovem a cultura e o desporto na nossa aldeia e (se me permitem uma última análise), fomentam o convívio e a amizade entre todos.
Legenda:
Em cima/pé: Samuel Cavaca; António Cavaca; António Pina; Adelino Ferreira; Zé Coelho; Adelino "S. Pedro"
Em baixo: Alfredo Rebelo; José Pina; Tónio "Xispas"; Adriano Rebelo; Luís (mudo)

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A lenda da Senhora dos Verdes

Ex-voto = consequência de um voto
"Milagre" sucedido nos campos da região

Cada vez que nos aproximamos para olhar o Quadro do Milagre, quase sempre ouvimos alguém contar a história/lenda de que em tempos, nos campos da região, houve uma praga de gafanhotos que comiam os campos. O quadro tem a seguinte inscrição:
"MILAGRE QVE FES N.S. DOS VERDES EM AS SEARAS DESTRVIDAS DOS BICHOS E FAZENDO HVA MVI DEVOTA PROCIÇAM OS MORADORES CIRCVM VEZINHOS, FOI NOSSA SENHORA SERVIDA QVE SE APLACASSE ESTA PRAGA. ERA DE 1720.".

Os lavradores da terra desesperados com a situação fizeram uma promessa a Nossa Senhora para afastar a praga dos campos, o que veio a acontecer. E, como agradecimento, os lavradores todos os anos lhe faziam uma romaria em sua honra, em que as ofertas eram sempre os melhores produtos que colhiam da terra.

Lenda:

"Certo dia, uns caminhantes detiveram-se para matar a sede numa fonte. Enquanto bebiam, repararam numa bonita imagem de Nossa Senhora, como colocada ali ao lado.
Acordaram em procurar a Igreja da povoação para a deixar, pois de lá devia ser. Assim fizeram. Não sendo de lá, concordou o Pároco em que o melhor seria guardá-la até que aparecesse o dono.
Misteriosamente, a imagem desapareceu, voltando a ser encontrada meses mais tarde na mesma fonte, mas desta vez com vísivel milagre, por ser Agosto e estar rodeada de neve.
O povo interpretou a vontade da Senhora em estar naquele local, erigindo uma Capela com a invocação à Nossa Senhora das Neves.
Séculos mais tarde, uma terrível praga de gafanhotos assolou as culturas, pondo em causa o sustento da região.
O povo invocou a Nossa Senhora das Neves, a praga teve fim, e os campos reverdejaram.
Em razão do sucedido, como agradecimento, mudaram o título da invocação para Nossa Senhora dos Verdes."

Há quem conte esta lenda, mas em vez da fonte, seria um ribeiro, quem sabe o ribeiro que corre nos lameiros da parte de baixo da Capela???!!

Talvez as pessoas mais antigas nos possam legar outras lendas, seria assim importante falar com essas pessoas.
Eu quando fôr a Forninhos tentarei junto das mesmas saber mais histórias, lendas e mitos desta nossa aldeia, de modo a poder enriquecer este espaço e para que todos nos possamos orgulhar do mesmo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

1977-AGO-15 - A Mudança

Não há aldeia ou povoação que não tenha uma festa. No 15 de Agosto são muitos os filhos da terra que regressam às origens e por 1 dia colocam de lado as divergências e todos convivem. Este é o registo de 1977, o primeiro ano em que os andores passaram a ser transportados por tractores, mas "a tradição já não é o que era", pelo menos em alguns casos. Vejamos:

Andor de Santa Rita: desde 1977 que fez parte da Procissão, mas entretanto a imagem foi roubada e este andor foi substituído pelo de Santa Teresinha.

Mais... O S. Mártir Sebastião que em tempos foi tão bem "representado" pelo Zé Teodósio (Jr), hoje simplesmente não existe, assim, como os 3 pastorinhos de Fátima...perdeu-se, assim, parte deste património humano religioso!


O andor da N. Sra. dos Verdes, com os "anjinhos", onde mais tarde se passou à cor verde, vestidos e coroas verdes. No entanto, saliento a presença da cruzada, que actualmente voltou a fazer parte da procissão do 15 de Agosto. Quando se diz: "antigamente ía cruzada" é verdade. Aqui fica esse registo, com a presença das catequistas a acompanhar a cruzada. Uma tradição que voltou. Parece-me é que os lenços das meninas já não fazem parte do traje.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Procissão, Ano 1976-AGO-15

Há quem diga que para compreender o presente é preciso primeiro conhecer o passado. Ciente desta premissa, o objectivo deste blog é dar a conhecer a todos os forninhenses (naturais, residentes, não residentes, aos que sentem Forninhos no coração, que sentem esta aldeia como sua, todos no geral) esta aldeia da beira, desde a publicação de fotos antigas que relatem a aldeia de Forninhos de antigamente, documentos antigos e também dar destaque ao nosso património, desde:

Arqueológico e Religioso: Castro, Pontes, Igreja, Capela, Cruzeiros, Alminhas
Arquitectónico: Casas, ex-escola primária (por exemplo)
Social e Lazer: Associação, Junta de Freguesia, Centro Social e Paroquial, Cemitério, Campo de Futebol
Turístico: Turismo Rural, Miradouro, Moínhos, Ruas emblemáticas
Humano: Irmandade
Lendas, Mitos e Tradições: por exemplo, Lenda da Moura Encantada e outros mitos e tradições
Gastronomia
Ditados, Modos e Modismos etc e tal ...
No fundo é tentar através deste cantinho no mundo virtual, conhecer melhor as nossas raízes, a nossa cultura, as nossas referências, de modo a que fique registado para que as futuras gerações de forninhenses possam conhecer o passado, a história da sua terra - Forninhos.

(Procissão de 15-AGO-1976)

Então, começo precisamente pelo ano de 1976. Como podem ver, nesse ano de 1976 os andores eram carregados pelas pessoas e não pelos tractores, como é habitual hoje. O andor da N.Sra. de Fátima era carregado pelas raparigas e posteriormente, aquando da introdução dos tractores, passou a ser acompanhado pelos 3 pastorinhos de Fátima e levava apenas como enfeite a azinheira, que até há bem pouco tempo existia (e acho que ainda existe) na Serra de S. Pedro. Até à data, a N. Sra. de Fátima sempre fez parte da Procissão do 15 de Agosto.

Algumas pessoas da fotografia são fáceis de reconhecer.