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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Destilação do Bagaço em Alambique Tradicional

Este ano mostramos aqui a faina das vindimas em todo o seu esplendor e para dar continuidade a este tema, depois das uvas apanhadas e pisadas, depois do período de fermentação, depois do vinho retirado dos lagares para os pipos, hoje, para as vasilhas de inox, fica o canganho que vai servir para fazer a aguardente bagaceira. Esta tarefa está cada vez mais em declínio e cada vez se faz menos, mas ainda vai fazendo parte do quotidiano da nossa aldeia.


Vamos então espreitar o alambique da família Guerrilha, que sempre foi muito requisitado porque, de facto, eram poucas as pessoas que tinham o seu próprio alambique, e que é um dos poucos que ainda se mantém em funcionamento:






Que belo momento este em que as tarefas são vividas com sentido comunitário



Os participantes estão de parabéns e o blog dos forninhenses agradece à família Lopes pela recolha das fotos que agora ilustram esta postagem.

21 comentários:

  1. Belas fotos, Parabens!
    Isto recordo bem em miudo, ainda, ja as noites iam frias e no pateo do meu pai, la estava o pote toda a noite e havis sempre gente.
    Contavam-se historias da vida, encostados as brasas, umas batatas e por vezes uma chouriça no dorralho, ate um pedaço de bacalhau, um tinto para apeguilhar e ia-se provando a aguardente, separando a inicialmente mais fraca, mas provando, provando...
    As tantas ja era um calor tremendo.
    Efeito do nectar.
    Belos momentos de convivio, que este post tao bem faz recordar.

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  2. Nao faca muita publicidade desta actividade, que ainda vai ai a ASEA, ou la como se chama essse organismo, e leva toda a gente para a cadeia!!!

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  3. Se a ASAE vê estas imagens, das duas uma, ou vamos todos presos ou vai querer provar e a seguir vem toda a equipa para a "sússia" :))

    Eu não gosto de aguardente, mas até aprecio uns licores caseiros feitos com aguardente, açúcar, pau de canela e frutos, como: amoras silvestres, ameixas, medronhos, ginjas, romã…pois como estes frutos se misturam muito bem com a aguardente o álcool quase desaparece e sobressai o aroma.

    Uma combinação muito usual na nossa aldeia é figos secos com a aguardente.

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  4. Qual ASAE, qual carapuça!
    Se isto fosse real, era crime, sim senhor, mas se repararem, trata-se de um simulacro de incendio, pura e simplesmente, para provar o forte calor da aguardente.
    AGUA ARDENTE!
    Nao reparam no modo como as pessoas estao concentradas, no prato, no copo e alguitarra?
    Sao preparativos para a cimeira da NATO.

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  5. Preparem umas castanhinhas e acompanhem com es te LICOR DE CANELA:

    1/2 Laranja
    6-8 paus de canela
    125g de açucar mascavado
    1 garrafa de bagaço

    Espremer a metade da laranja.

    Colocar numa garrafa os paus de canela, juntamente com o sumo da laranja e o açucar.
    Regar com o bagaço, fechar e deixar macerar durante mais ou menos 4 semanas.
    Depois filtrar por um passador coberto com um pano finoe deitar o licor numa garrafa.
    Simples e bom!

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  6. Se a ASAE por cá passasse e provasse as nossas iguarias já de cá não saíam sem vontade de voltar.

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  7. Lá diz a canção " quem passa por Alcobaça não passa sem lá voltar", mas neste caso é de dizer QUEM PASSA EM FORNINHOS TEM QUE PROVAR AS SUAS ÁGUARDENTES E SEUS VINHOS

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  8. ´Só á bem pouco tempo é que tive o prazer de ver fazer e participar, nessa tarefa de fazer águardente, mas ao ver estas fotos vejo que até os alambiques são diferentes, nas difersas terras, este modelo não o conhecia, até parece a chaminé de uma máquina a vapor, muito engraçado.

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  9. Na zona de Tomar a águardente é feita, durante a noite depois dos trabalhos diurnos terminarem, durante a feitura da águardente dá para as.sar umas chouriças e beber uns canecos, no fim as orelhas já fervem

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  10. Eu creio que a ASAE não quer nada connosco.
    É verdade que muitas coisas vão desaparecendo por culpa da ASAE mas penso que o problema de muita gente não fazer a aguardente no alambique tradicional é o trabalho que isto dá,mas que a aguardente que sai destes alambiques ganha mais qualidade e sabor isso ganha

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  11. Desde já agradeço ao Zé António, á Céu e á mãe que me ensinaram este magnífico método de fazer a aguardente, que passo a citar:
    Primeiro mete se um pouco de palha no fundo do pote com mais ou menos 10 litros de água ou vinho atrasado.
    Seguidamente enche se o pote de canganho.
    Depois de cheio leva mais 10 ou 15 litros de água ou vinho consoante o aperto do canganho.
    Seguidamente coloca se a parte de cima que é colada com farinha molhada e enche-se de água.
    Faze-se uma grande fogueira até ferver.
    Quando começar a destilar, tem de se manter sempre o mesmo corrimento.
    Se deitar de mais passa-se um pano molhado em volta do pote.
    Se não deitar o suficiente mete-se mais lenha, usando sempre este método até sair fraca.
    Durante todo este processo assaram-se as batatas, cebolas e o bacalhau. Misturou-se tudo com bastante alho e o nosso magnifica azeite. No final comeu-se o bom petisco acompanhado com o nosso maravilhoso vinho tinto.

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  12. Obrigada Tónio pela tua contribuição.
    O azeite é a gordura de eleição dos forninhenses (e acho que de todos os portugueses), é utilizado como condimento nas sopas, nas migas à moda da Beira (em que se misturam feijões, couve e pão de milho), nos míscaros à moda da Beira Alta, no bacalhau assado, onde é acompanhado com bastante alho, etc. Mesmo na doçaria, o azeite também se faz presente, como em alguns bolos, principalmente nos nossos bolos de azeite. Se calhar devemos publicar um artigo dedicado a esta gordura – AZEITE, são só ideias, mas as coisas vão devagar, também temos o tempo todo e o passado não foge ;)
    Como podemos constatar, tanto no comentário que envias-te, como no 1.º do Xico, o passado também é dinâmico, por isso é importante mantermos hoje a chama que amanhã fará a história. Isto é Forninhos.

    Saudações sempre forninhenses

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  13. Estas fotos espelham bem o que são os produtos artesanais, como ainda se fazem na nossa aldeia, embora esta prática esteja em extinção. Um bom trabalho fotográfico e parabéns ao autor.
    Eu já não sei bem, mas não me lembro destes potes, conhecia uns em que, o tubo que sai da cabeça do pote, seguia para um depósito de água fria onde passava em forma de serpentina e saía no fundo.
    Para quem não sabe, a aguardente sai do pote em estado gasoso por acção do calor do lume no fundo do pote e transforma-se em líquido ao passar pelo frio, daí o seu controle no lume e do pano molhado como o Tónio diz.
    Esta é uma aguardente de fabrico caseiro, a verdadeira bagaceira.
    Quanto á ementa, só mesmo quem a prova e vive nestas alturas sabe dar o valor, o azeite, o nosso povo não sabe o que é acidez porque aqui não se nota, o azeite é da melhor qualidade que há.
    um abraço, e para a próxima convidem-me.

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  14. Quem não sabe, é como quem não vê…Diz o povo, e tem razão.
    Afinal havia outra…FOTO, a tal do pano molhado que se passa à volta do pote, por isso, acabei de introduzir essa foto, agora 2ª foto desta postagem.
    Quando seleccionei as fotos para este post fi-lo sem ter plena consciência dos procedimentos. Mas agora lá está ;)

    Mas, para além disto e de terem percebido que pouco percebo de destilação de aguardente bagaceira, para contribuir, de forma criativa, para enriquecer o conteúdo do post encontrei uma receita de um licor com um sabor da época, romã, apesar de tirar os bagos ser um tormento, é uma das minhas frutas preferidas.

    Aqui vai:

    2 romãs
    3dl de aguardente
    150gr de açúcar
    1 limão

    Preparação:
    Tirar os bagos às romãs e colocá-los num frasco de boca larga, pisando-os levemente. Cobrir com o açúcar e as raspas do limão, deixando enxaropar durante 15 dias.
    Adicionar a aguardente e deixar macerar durante 3 meses, tendo o cuidado de agitar ocasionalmente.
    Ao fim dos 3 meses, filtrar e engarrafar.

    Cumprimentos e boas receitas...

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  15. ola a todos os forninhenses!!!
    que lindas fotos da casa da minha avo, onde se vê o meu padrinho e a minha madrinha a ceu e ao longe a minha avo, fazem muita falta a minha familia, eu amos

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  16. Bem-Vindo Ricardo a este espaço, onde todos são bem-vindos. Que belo momento este em que recordas o lugar e as pessoas que amas e que são importantes para ti.
    É sempre bom saber que os que estão longe sentem a nossa aldeia mais perto.

    Daqui para aí, a toda a família, envio um abraço de amizade

    Paula

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  17. Anónimo1/12/2013

    Tenho uma duvida
    Gostava de saber o que a necessário para abrir uma destilaria de aguardente legal.

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  18. Anónimo1/17/2013

    Meu caro anónimo,
    Eu tenho a mesma dúvida e o mesmo gosto.
    Tentei indagar no site do Instituto da Vinha e do Vinho e no site do Ministério da Agricultura, mas não apanhei a legislação, nem actual, nem sobre a proibição dos ancestrais alambiques.
    Cumprimentos

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  19. alguém, sabe onde comprar um alambique tradicional e qual o seu preço?
    Obrigado

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    Respostas
    1. eu tenho 1 e vendo preço a que ver ,mas nao é igual a da imaguem, é tipico de Monçao

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  20. Bagaço Puro......
    quem não quer ter nada a haver com este tipo de produção, pode passar pela www.wivini.com que encontrará outros destilados.
    http://www.wivini.com/index.php/aguardente-velha-fim-de-seculo.html

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