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segunda-feira, 29 de julho de 2013

As "doceiras" de Forninhos no tempo...


Daqui a uns dias vou de férias e, por isso, volto sine die com um novo Post. Até lá... do baú deixo para todos os bloggers, seguidores e também para quem passa em silêncio, uma foto antiga que eu, num impulso, roubei à minha mãe e hoje disse-lhe que ía publicá-la no blog. Então falámos sobre uma tradição que se perdeu na voragem dos tempos, as "doceiras" que vendiam no Terreiro da Senhora dos Verdes "santinhas de açúcar" "beijinhos multicoloridos" "doce-Teixeira", etc...e brinquedos. Que a minha tia Ana Matela noutros anos também o tivesse feito, é que eu não sabia, apenas sabia que os meus avós vendiam nas festas e feiras.
Quem conseguir identificar este local, hoje diferente, assim como as pessoas que estão retratadas, deixe o seu comentário.

Beijos &Abraços a todos!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Um Largo em reboliço

Já tínhamos referido as obras que estão a realizar no Largo e espaço envolvente da Lameira, trazemos, assim, imagens únicas para os que estão mais por longe poderem ver, antes que a obra acabe, pois, nos dias 14 e 15 de Agosto, tem lugar em Forninhos a Festa de N.S. dos Verdes e quando a procissão por aqui passar já devemos ter um largo mais arranjado.





E..assim vai a obra...

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Este ano vamos à 6.ª Caminhada



Lembramos a todos que a 6.ª caminhada em Forninhos, Rota do Castelo dos Mouros, está agendada como já vem sendo hábito para o Domingo anterior à festa de Agosto. Esta forma de promover o património paisagístico e histórico da terra, através das caminhadas na natureza, tem sido um dos pontos fortes da acção da Junta de Freguesia de Forninhos.
Vamos então preparar as "sapatilhas" para uma actividade que dá saúde, anima e faz muito bem para quem participa, pois fica a conhecer muito melhor os nossos caminhos que nos contam história e estórias.
Boa caminhada.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

O Pão-Leve

Na próxima festa, toda a gente de Forninhos vai fazer, pelo menos, um bolo. Não falo do bolo mármore, bolo de laranja, ananás, nem do bolo de côco. Falo de um bolo ancestral legado de gerações e gerações - o pão-leve - que foi o antecessor do bolo de noiva.
A receita é muito simples:  farinha, ovos e açúcar. Por cada 4 ovos,  uma chávena de chá rasa de farinha e uma  ligeiramente mais minguada de açúcar.
Então vamos meter a mão na massa?
Parta os ovos e separe as gemas das claras. Bata as claras em castelo até ficarem bem firmes. Adicione o açúcar às gemas e mexa tudo muito, muito bem. De seguida junte as claras e mexa  com colher de pau, mas sem bater, envolva apenas para ligar.
Por fim junte a este preparado, aos poucos, a farinha, mexendo sempre com muito cuidado, de modo a não granular.
Préviamente unta-se a forma, com manteiga e polvilha-se  com uns pózinhos de farinha, que vai ao forno de lenha:

que já está a aquecer
Agora, da capacidade da forma, junta-se dois terços da massa, para evitar que depois venha a transbordar.
Está quase, esperem só mais um bocadinho...
O forno já tem a quentura suficiente e ála que se faz tarde, forma no forno. Alto! Falta tapar com papel para não queimar.
Espreite, abrindo um pouco a porta do forno.


Já deve estar quase, até aqui parece cheirar.
Vamos ver, mas não toque no pão-leve, pegue num palito ou caruma e espete a massa. Se vier húmido, ainda não está  cozido, se vier seco, pode tirar do forno.
Deixe arrefecer um pouco e depois desenforme. Já está...e fofo.
Bom apetite!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Mulher com traje domingueiro


Na nossa aldeia as mulheres desde sempre repartiram a vida entre o "governo" da casa e os trabalhos do campo. Claro que os trabalhos mais pesados estavam destinados ao homem, mas a mulher ajudava nas sementeiras, nas sachas, nas regas, nas ceifas, na cura, vindima, vareja, etc...etc...e pouco tempo lhe sobrava para a lida doméstica, mas tinha que a fazer. 
Quando chegava ao Domingo para ir à missa...dia de festa...ou ter de se deslocar à feira de Fornos, aprimorava o seu trajar - o trajo do trabalho dava lugar ao traje domingueiro.
A imagem de hoje, recorda a tia Maria da Lameira em dia especial. Fato de saia e casaco, todo em preto, sem rendas ou bordados, blusa, lenço na cabeça e xaile de merino. Este traje lembra as nossas avós e tempos em que havia mais miséria e dureza no trabalho, contudo havia muita riqueza e alegria na alma delas.
Actualmente nem as mulheres mais idosas usam este trajo feminino, mas o lenço na cabeça foi por décadas um acessório que as mulheres não dispensavam e dizer que o lenço entrou no esquecimento não será correcto, simplesmente as mudanças do tipo de vida e as alterações na maneira de vestir determinaram o seu desuso, mas continua a existir...nem que seja em momentos "folclóricos". 

Foto, cortesia do contribuidor XicoAlmeida.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Santa Marinha - Padroeira de Forninhos

Santa Marinha que é Mártir
É a nossa Padroeira
Como bons Cristãos que somos
Temos-lhe fé verdadeira

Andor St.ª Marinha - 1981

Vem a propósito esta "quadra popular" por haver quem pense que a Senhora dos Verdes é orago e Padroeira de Forninhos. Não é. Em 1675, um relatório diocesano refere "Igreja de Forninhos, invocação de Santa Marinha curato anual filial da Igreja de Penaverde..." e em 1758, o nosso Cura respondia aos documentos chegados de Lisboa que a nossa paróquia está próxima ao povo e "Hé orago Santa Marinha...". 
Mas muitos devem pensar/perguntar se lá mais e mais para trás não foi São Pedro o padroeiro de Forninhos? É uma pergunta legítima, mas a resposta creio nunca poderá ser dada, devido à inexistência de outros documentos escritos.
O que eu penso é que a localização da aldeia naquele tempo era um pouco diferente. Ou seja: o povo, as casas, ficariam bem mais próximas da igreja. Já o escrevi um dia que acho que o "nascimento" de Forninhos começou ali pelos lados do Lugar, pois o Cura Baltazar Dias frisa bem que "A paróquia está próxima ao povo". 
A igreja 
Deve ter sido, inicialmente, uma capela e com o avançar dos tempos, terá passado a categoria de igreja e teve desde o início como padroeira Santa Marinha e fundou-se então a Irmandade sob a invocação da virgem. 
Em documento real lê-se com efeito que em 1797 os moradores do Lugar e Freguesia de Forninhos, anexa de Penaverde, reedificaram a sua Igreja - "tanto de paredes como de armação...e da mesma sorte a capela-mor com a sua Tribuna nova, asseada com toda a decência". Durante as obras de reedificação, os fregueses serviram-se da velha capela-mor, que ficava ao lado da igreja nova, na qual não cabia a quarta parte do povo da freguesia.
Bem hajam os fregueses!
Uma outra hipótese é ter havido durante largos anos dupla devoção e, talvez, Santa Marinha se tenha sobreposto a S. Pedro. 
Isto, claro, é suposição minha!
Relativamente à Irmandade, embora haja documento datado de 1 de Outubro de 1926 e uns Estatutos de 1927, não se poderá precisar a data certa da respectiva fundação, pois pode ter funcionado sem  Estatutos, sem existência legal.

Notas:
1- Hoje, dia 18 de Julho, celebra-se em Forninhos mais uma festa, no dia que pertence, no calendário litúrgico, a Santa Marinha, uma virgem nascida em Braga - na ausência do pai - e martirizada durante o tempo do império romano.
Desde miúda que me lembro da celebração da Festa de Santa Marinha, eu fiz a primeira comunhão e a profissão de fé neste dia.
2- Tem a Freguesia de Forninhos uma anexa - os Valagotes - confiado a Santo António que lá tem capela e festa. Para que não se esqueçam, lembramos, que a festa dos Valagotes está agendada para o último fim de semana de Julho,  dias 27 e 28. Como já vem sendo tradição, a festa começa com o torneio de sueca (Sábado dia 27) e vai ter o seu ponto alto às 15h00 do dia 28 (Domingo) com a missa em honra de Santo António, seguida de procissão.

terça-feira, 16 de julho de 2013

A Festa do Dia da Freguesia 2013

A Festa foi no Domingo passado, mas tenho tido algumas dificuldades em escolher as fotos, porque são mais que muitas. Em escolher e... em legendar, por tal vou optar por deixar 30 fotos falarem por elas: cada imagem não vale por mil palavras, como dizem os manuais de comunicação?































Foi um Dia que certamente os miúdos e os crescidos não vão esquecer, pois isto é festa que a Junta de Freguesia de Forninhos deu à sua gente...Parabéns e Obrigada a todos!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Procissão da Senhora dos Verdes

E porque a festa começa quando se fala nela, aqui ficam algumas fotos da procissão em honra de Nossa Senhora dos Verdes, para que não se esqueçam os momentos de um tempo passado, que não difere muito dos tempos de hoje, mas que se observarmos com atenção notamos as diferenças:


No Largo da Lameira

chegada dos andores ao terreiro da Senhora


no andor da padroeira

ainda se vestia de cor de rosa
Mas o mais extraordinário no andor de Santa Marinha é bandeira de ---------. Fica para um exercício de memória, que espero saibam responder.



Lembranças bonitas sem dúvida!
No andor da Padroeira (Foto 3) , estão não uma mas duas bandeiras:
A bandeira da Cruzada e outra, o saudoso cipreste, também um ícone da Senhora dos Verdes, do qual tinhamos orgulho, da sua altivez e sombra de tantas e tantas conversas.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A escultura de S. Matias

Em Maio último, os meus leitores foram informados aqui que a "minha" Comissão de Festas, tinha encomendado ao Laiginhas, da Ponte do Abade, uma imagem do S. Matias, para ficar no nicho superior do portal da capela, formado por volutas e concheados. Ora, como a escultura já foi vista por alguns residentes, é meu entendimento também mostrá-la aos nossos migrantes e emigrantes que são muitas vezes quem anima as aldeias com o seu regresso…nem que seja por alguns dias.


Às vezes pergunto-me se quem está fora ou dentro do que é o trabalho desenvolvido numa (ou por uma) Comissão, fará ideia do que está implicado naquilo que se vê e que tão facilmente parece imperfeito. E a resposta a que chego é: claro que há muita coisa imperfeita nas nossas festas, porque podemos sempre melhorar o que já foi feito. A procissão e andores são disso um exemplo, mas a realidade é que as coisas só mudam para melhor com uns a darem e a aceitarem ideias, outros tempo, outros esforço físico, outros apoios financeiros, outros ainda de tudo um pouco...e assim é que conseguimos construir o que é de todos, o que é nosso, da comunidade e para a comunidade.
As Comissões de Festas não devem limitar-se a organizar as festas - que fazem falta e muito motiva - mas que são passageiras e nada trazem à terra se os seus ganhos não forem investidos em obras e melhoramentos ou equipamentos necessários à capela/aldeia. Tem de haver sempre um esforço interesseiro, mas interesseiro na medida que temos de melhorar o que é de todos, da nossa aldeia - Forninhos - e para as nossas gentes e não, cada uma (Comissão), arrecadar o que é de todos!
Ainda assim aqui fica o meu agradecimento a todos os que fazem, já fizeram ou hão-de um dia fazer parte da Comissão de Festas de Nossa Senhora dos Verdes de Forninhos. 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Umas férias de outros tempos!


Com este calor, um mergulhito em água límpida e fresquinha...seguido de uma boa merenda à beira-rio...é mesmo o que apetece, certo?
Então...eu queria aqui deixar qualquer coisa especial sobre um dos entretenimentos preferidos dos jovens das nossas aldeias do interior e foi desta foto que me lembrei, para os mais novos verem como os jovens se divertiam nas férias 'grandes' e verem a moda jovem deste tempo. Hoje, claro, não passa de uma memória, mas há algumas décadas atrás este era um cenário habitual no rio do Salto (também conhecido por Poço dos Caniços), o melhor local fluvial das redondezas. Nas tardes vários jovens forninhenses aproveitavam os seus tempos de ócio para nadar nas águas límpidas, calmas e fresquinhas deste rio.
Não se sabe ao certo quando é que o rio do Salto/poço dos Caniços começou a atrair os forninhenses, contudo sabemos que o local foi sendo votado ao esquecimento e abandono desde o início da década de 90 e, hoje, apesar de fisicamente ainda lá estar, parece não passar de uma recordação de todos quantos por ali mergulharam.
A foto pertence à Natália Cavaca e os jovens aqui retratados, da esquerda para a direita, sãoNatália, Santa e o irmão Adelino, Teresa Russa, Agostinho Branco, Augusta Castanheira, Filomena, Ana dos Anjos, Zé do tio Abel, Margarida e António Russo.

Deve saber bem recordar estes momentos e cada um ver-se agora aqui retratado - digo eu!

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Dia da Freguesia 2013, 14 de Julho

No dia 14 de Julho, por iniciativa da Junta de Freguesia, Forninhos volta a realizar o "Dia da Freguesia". Desta vez para divulgar o património da nossa terra, costumes, tradições, saberes e sabores. Eis um programa interessante, em que te será dada a oportunidade de descobrir a origem do topónimo de Forninhos:


Fica aqui também o cartaz sobre o Workshop a realizar ao ar livre em São Pedro, com alguns dos elementos do grupo de trabalho dos estudos medievais:


Desta feita, Parabéns à Junta de Freguesia e às outras entidades organizadoras por esta iniciativa, que muito prestigia a nossa terra, com Votos de que tudo corra pelo melhor...E, já sabe, contamos contigo e com os teus amigos!

BEM VINDOS A FORNINHOS!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O Rosmaninho


Quem passeia pelo campo, durante os meses de Primavera e Verão, fica encantado com a paisagem florida e quase sempre nas caminhadas encontra rosmaninhos, que nascem e crescem espontaneamente nos caminhos ou matas, florescem ano após ano, sem receberem nenhum tipo de cuidados.
Os rosmaninhos portugueses são todos eles pequenos arbustos lenhosos, facilmente identificáveis pelo aroma e pelas espigas violetas que coroam a pequena copa. Os da fotografia são os rosmanos, digo “rosmanos” porque na verdade são assim chamados em Forninhos.. 
E, neste dia quente de Julho, em que o compromisso do trabalho não nos permite respirar ao vivo o seu perfume, ofereço aos meus amigos leitores uma lufada de ar fresco neste arranjo, em tons nobres de lilaz ou violeta e perfume característico (parecido, mas não muito, ao da alfazema da perfumaria). 
Segundo a nomenclatura empregue pela taxonomia botânica, todos os rosmaninhos pertencem ao género Lavandula L.

Foto: ed santos, bem-haja.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Forninhos, anos 50/60, a migração

Antes da França, já as cidades do litoral, Lisboa e Porto, mas sobretudo Lisboa, atraía muitos dos nossos conterrâneos. Lisboa foi dos primeiros destinos para muita gente. Desde que me conheço, que conheço forninhenses que um dia partiram para a capital na procura de melhor qualidade de vida e ainda hoje se mantêm na grande cidade com as suas famílias.
Hoje pergunto-vos: sabem como era o processo de deslocação para muita gente?


Recuando no tempo, às décadas de cinquenta e sessenta, era no litoral que se encontravam melhores propostas de emprego, em maior diversidade e número. E, terminada a escolaridade, para quem o conseguia, o ideal era, pois, ir para a capital já com as coisas arranjadinhas, com os cordelinhos mexidos. Por norma as famílias contactavam um familiar ou um amigo e pediam o favor de arranjarem  em Lisboa um emprego para o filho(s) dos seus doze ou treze anos (mais os rapazes, mas também muitas raparigas) e ficava-se eternamente grato, muitas vezes subserviente para toda a vida!
Esses adolescentes, não iam de carro: iam de comboio, ou seja: o caminho que seguiam era Forninhos/Fornos de Algôdres ou Estação de Fornos/comboio/Lisboa.
Chegados à cidade que caminho se seguia?
Elas servis, não esquecendo a sua condição humilde, serviam em casas abastadas, outras tomavam conta de crianças mais pequenas e por lá aprendiam a desenhar letra e saber "assinar"; eles, o que se podia arranjar: marçano, empregado numa taberna, carvoaria, etc...e assim iam vingando na vida e desbravando caminho para os que viessem a seguir, até hoje...
Recebiam uma carta da mãe, olhos marejados de lágrimas, lembrando a pequena aldeia onde tinham sido criados e tudo o que haviam deixado...
Era a saudade, claro, mas valia a pena o sacrifício pela busca de um futuro melhor para eles e depois um dia, para os filhos e netos...
Foram muitos os forninhenses que migraram e, mais tarde emigraram (para fora de fronteiras). O facto de hoje as nossas terras estarem a ficar desertas tem a ver com este factor. 

Lembrete:
Alguns leitores leram em Outubro/2012 o conteúdo do "post" sobre a emigração, mas quem tiver um tempinho pode rever outra vez aqui: Forninhos, terra de emigração.