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quinta-feira, 30 de julho de 2015

Uma Partilha...

Talvez ainda se lembrem do 'post: Altares e Santos'. Estava-se na primavera de 2012, mas foi no verão de 2013 que uma pessoa me contactou sobre o magnífico painel de azulejos com o Batismo de Cristo existente no Batistério da Igreja da Paróquia de Forninhos e sobre o qual pediu algumas informações. Forneci as medidas (altura 1,7 cm/largura 72cm) e outras informações possíveis. 

Azulejo da Paróquia de Forninhos
Há 15 dias essa pessoa enviou-me um email com este teor: "Desta vez não escrevo para pedir mais informações mas para lhe agradecer de todo o coração a amabilidade que teve em me enviar as informações sobre o painel sempre que lhas pedi, pois graças à sua generosidade nesses gestos consegui que houvesse alguém que fizesse o painel com as medidas e os traços praticamente iguais ao existente na sua Paróquia para que finalmente a capela batismal da minha Paróquia ganhasse outra beleza e outra dignidade, conforme mostram as imagens que aqui lhe envio." 



As nossas terras todas têm coisas destas escondidinhas. Pô-las cá fora é dever de cada um de nós, digo, meios ('media') da aldeia, por tal n' O Forninhenses' procuro sempre colocar algo que possa ter interesse para alguém, visto ser essa a intenção da partilha.

Se o leitor quiser consultar o post 'Altares e Santos' aceda aqui.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Viagem à Lameira

É provavelmente a foto mais antiga que se conhece da aldeia de Forninhos. O seu autor permanece uma incógnita e apenas se sabe que foi tirada nos anos 20 do século XX, na agora chamada Rua de S. José.

Zé Cavaca e Zé Ferreiro

Na imagem pode descortinar-se uma acácia que havia na Lameira e também a antiga casa altaneira que tinha um pátio interno onde faziam aguardente num alambique artesanal e que na época a taberna/venda do Sr. José Matela não existia sequer.
No entanto, a Rua de S. José apresenta nos dias que correm um figurino bem diferente daquele que aqui vemos.


Olhar para o passado ajuda-nos a compreender o presente. É essa a nossa proposta de hoje, com a publicação destas fotografias da Lameira de antontem e de hoje.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Procissão de St.ª Marinha

Mais uma vez, o fotógrafo foi o XicoAlmeida, mas ainda antes das referentes a sábado, aproveito uma foto da procissão de Santa Marinha de Forninhos (Aguiar da Beira) tirada em 18 de Julho de 1965, meio século atrás.

18 de Julho de 1965

18 de Julho de 2015
Há coisas que nunca mudam: 


a saída da Igreja é sempre atribulada


E há coisas que sabemos vão ser feitas tal como manda a tradição, 
que já vem do século passado: 


o andor que ia bonito, é transportado por raparigas solteiras


E a devoção do povo é visível



Reentrada na Igreja que tem os seus quês: quando a subir baixam o andor ...

-/-
Aos mordomos da Irmandade e mordomas da Igreja fica o reconhecimento pelo trabalho feito.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Homenagem ao Imigrante ou Emigrante?


Estátua em homenagem aos imigrantes?


Presumo que em primeira mão!
Tal comemoracão irá ter como de costume a inicitiva privada dos mesmos mecenas com missa e comes e bebes para quem quiser, bastando para tal ser habitante desta freguesia (Forninhos e Valagotes).
Mais um "marco" na história da nossa terra que posteriormente traremos mais detalhada.  

terça-feira, 14 de julho de 2015

Vamos à Santa Marinha


A tradicional festa de Santa Marinhapadroeira de Forninhos, acontece a 18 de Julho, como sempre!
No princípio da próxima semana publica-se os momentos importantes desta festa, por agora é para lembrar...

domingo, 12 de julho de 2015

Recordações: Bois a lavrar

Hoje, já se utiliza o tractor, ao qual é acoplado o arado, no entanto a maioria das terras está abandonada, por falta de braços que cuidem delas. 


Quando o meu amigo Júlio Coelho me fez chegar esta foto, fiquei inebriado pela beleza da sua ruralidade crua. Digam lá se esta foto não enche a alma?
Perguntei a este amigo se poderia usar a foto n´O forninhenses para os mais novos verem como se lavrava a terra no tempo dos seus avós e o seu situar. 
- Sim. 
Uma pessoa fica sentida, sente que vale a pena continuar porque depois de meia dúzia de anos ainda se obtêm fotografias destas...
Conta que andavam a lavrar nos Olivais para semear as batatas, mas não se lembra quem é o homem que estava ao lado da junta de bois (aquilo que eu pensava serem vacas, afinal era uma junta de bois).
- Pergunta ao meu pai, ti Ismael...
Tal farei dentro de dias (a casa desta família pega com a dos meus pais) e porventura trarei estórias deste homem vivido de quem muito gosto e que como poucos manobrou uma verdadeira enxada e a rabiça do arado.
Chegados ao final, dá-se a volta e volta-se em sentido contrário, assim a terra cai sempre para cima do rego aberto. Este ritmo continua nesta rotina até a terra estar toda lavrada. 
Assim se lavrava a terra em Forninhos no século passado e, assim, continuamos homenagear o nobre trabalho dos nossos lavradores.

aluap Al deixou um comentário na mensagem "Recordações: Bois a lavrar": 
(...)
Quanto ao homem que está ao lado da junta (de bois), dei um leve tratamento para se conseguir ver melhor (mais perto) as pessoas e acho que não é o ti António Casão. 


Santos Lopes deixou um comentário na mensagem "Recordações: Bois a lavrar": 
(...)
Na foto,  à frente da junta de bois, muito parecido com o Quiel, mas deve ser o irmão Julio, pois nesta altura o Quiel devia ser um pequenito. Ao lado o Tio Braslieiro, irmão da Tia Augusta e Tia Clementina brasileiras, como eram conhecidas no povo. No arado, o Tio Ismael Coelho, penso.

terça-feira, 7 de julho de 2015

Data da criação do dia da Freguesia de Forninhos

O "Dia da Freguesia de Forninhos" foi criado há poucos anos, foi no ano de 2010 e numa reunião extra-Junta.
Transcrevo um trecho retirado da Acta n.º 4 da Reunião Ordinária da Assembleia de Freguesia de Forninhos realizada em 18 de Abril de 2010, que fala da criação de tal dia:
"O Sr. António Melo referiu que em Forninhos se vivia numa ditadura porque os assuntos já não vinham à Assembleia referindo os casos da venda em hasta pública dos pinheiros queimados nos Valagotes e o dia da freguesia. O Sr. Presidente começou por aconselhar calma com o termo ditadura pois poderia trazer complicações. Em relação à hasta pública o Sr. Presidente referiu que procedeu de acordo com a lei, permitindo assim que os mesmos fossem vendidos publicamente a quem estivesse interessado e não directamente a qualquer madeireiro. Em relação ao dia da freguesia, referiu que é outro assunto que não necessita da aprovação da assembleia, mas que no entanto, decidiu trazer a esta assembleia como procura fazer com os outros assuntos.".


E trouxe...já informando o dia, dia dezoito de Julho
Vide ponto 9. do período antes da ordem do dia:
"Pela primeira vez, nesta Freguesia irá ser realizado o dia da freguesia, dia dezoito de Julho, coincidindo com o dia a Santa Marinha, padroeira da mesma. Irão ser realizadas diversas actividades envolvendo instituições e colectividades da freguesia.".
Escolheu assim o Sr. Presidente de Junta, Ricardo Guerra, (e as figuras "destacadas" da vida socio/religiosa da localidade) uma data histórica em termos religiosos para comemorar o dia da freguesia de Forninhos.
Nunca aceitei a forma como a data foi escolhida porque sempre achei que aqueles que têm responsabilidade para decidir questões importantes como é de decidir um dia que fica (ou devia ficar) marcado para sempre como DIA DA FREGUESIA DE FORNINHOS deviam em Assembleia de Freguesia, primeiro de tudo, apresentar uma sinopse da história da freguesia, por exemplo, desde a data em que foi estabelecido os limites desta freguesia até aos nossos dias, destacando os factores de desenvolvimento que mais contribuíram para o actual estado de desenvolvimento de Forninhos, desde a rede eléctrica, a rede pública de água, as estradas, a escola e até a inauguração da ponte da Eira.
Mas fizeram "tábua rasa" à história de Forninhos enquanto freguesia e foi, como disse, escolhido o dia da padroeira. Só que até esse dia lhes "passa ao lado"; tirando o dia 18 de Julho de 2010, nunca mais o dia foi comemorado no dia escolhido, com a agravante de ultimamente ser comemorado antes da data!
Não posso terminar sem deixar aqui uma observação à Presidente da Junta de Forninhos. Se por acaso não ficou consagrado que o dia da freguesia é dia 18 de Julho, lembre-se sempre que a freguesia de Forninhos tem história, a saber:
Sobre os limites desta freguesia, em 4 de Maio de 1858, a Câmara de Aguiar da Beira decidiu estabelecer os limites desta freguesia, feita através das antigas demarcações da paróquia de Santa Marinha de Forninhos;
Por Decreto de 12 de Novembro de 1880, foi mandada executar a estrada com a seguinte designação: Aguiar da Beira, Fornos de Algodres;
A luz eléctrica foi inaugurada a 19 de Julho de 1959 e no mesmo ano inaugurou-se o edifícios novos das escolas primárias. Para falar apenas nas mais significativas...
Agora se dia 12 de Julho tem algum significado para Forninhos enquanto freguesia, isso já não sei, ma gostava de saber...

sábado, 4 de julho de 2015

A VACA ESFOLADA

É verão, os dias estão quentes e as noites agradáveis, mas...vão sobrando lugares, na soleira da porta ou balcão da vizinha para apanhar a aragem fresca do cair da noite, embora uma ou outra mulher ainda vá ditando os seus pareceres sobre o que vai vendo na televisão sobre o tempo quente, num suplicar piedoso num "ai Deus nos acuda, pois se o fogo aqui chega não há quem o segure, vai tudo à frente, uma desgraça".
Assim partilham e desfiam as presumíveis desgraças, impotentes pela idade, quase todas viúvas, mas enquanto o demónio anda distante, recordam...olhando o céu coisas do "arco da velha".


- Estando aquela mancha de pequena nuvem no céu, vermelha no poente, podia-se estender o centeio na lage. A "vaca esfolada" que noutros sítios dizem ser a cabra, é sinal que no dia seguinte vamos ter calor.
Uma ou outra mais descrente, culpava o nome da terra, Forninhos. 
- Pois se isto aqui parece um forno (nome mais acertado não havia).
Mas para outra mais descrente ainda, como se fosse possível, a culpa era dos homens da lua. Desde que lá botaram os pés, estragaram tudo, até o homem que tinha um molho de silvas as costas, desapareceu (há coisas do diabo).
Calada, a mais nova, vai recordando os irmãos que outrora se escapuliam para apanhar grilos e gafanhotos e aquando destes calores, juntos se banhavam no rio.
E palravam pela frescura da noite, até aquela névoa de baixo as ir refrescando e lembrar que não eram novas e deviam ter cuidados do fresco, depois daquele calor que abafava.
Uma ainda solta que lhe cheira a terra e a rosmaninhos, porventura com saudades da terra de S. Pedro por onde guardou o rebanho, enquanto os pais tinham vinha e uma a sacode no dever, de ver a vinha moribunda:
- "Por Santa Marinha, visita a tua vinha, tal a olhares, tal será a vindima".
Sentiu-se "picada" e sabendo que o genro desta fazia negócio de mel, retorquiu sabendo que em Julho as colmeias fervilham de abelhas, tipo maldição "Julho abafadiço, abelhas no cortiço".
Na despedida, uma voz ainda solta a profecia:
- "Aquela névoa lá debaixo, nada traz de bom, amanhã está um calor que vai alambrar tudo...
Apenas ao virar da esquina, quase em sussurro se ouve "ai, não mo lo digas", porventura lembrando o falecido, um herói modesto, quase sempre mal comido e mal bebido que num verão assim quente de fornalha se foi, depois de dois dias antes ter carregado o centeio do rolheiro para malhar.
Coisas ficam por dizer, pela idade e superstição...coisas destas nossas mulheres antigas, mas mesmo assim já foi bom!