Seguidores

domingo, 30 de agosto de 2015

Os restauros da Capela

No remanso das festividades, revi os altares da secular Capela de Nossa Senhora dos Verdes, um património que gosto de admirar, e retive-me nas imagens restauradas que estão nos altares direito e esquerdo, no qual se veneram a Nossa Senhora do Leite e Nossa Senhora do Rosário, até porque em 2013 fui membro da Comissão que decidiu comparticipar o restauro da Senhora do Leite. Gostei muito de ver, pois não modificaram as suas cores. 
Para comparação:

N.S. do Leite, foto tirada em 15-08 2010
Foto tirada em  15-08-2015
Além da cor da base, as diferenças que se notam é na coroa e no cabelo, loiros, a emoldurar o rosto da Virgem, criando à volta da cabeça mais luz.
Em ambas as imagens a Virgem segura no braço esquerdo o Menino Jesus, cuja mão parece tocar no seio de Nossa Senhora, enverga um vestido cor de rosa e um manto azul, debruado a ouro.
Nossa Senhora do Leite é uma homenagem à Virgem-Mãe; a Virgem e o Menino simbolizam a maternidade e a fertilidade.

 N. Senhora do Rosário, foto tirada em 15-08-2010
Já a imagem restaurada da Senhora do Rosário de nenhum modo se pode comparar com a de 2010! Eu não gostei e gostava que ou menos desta vez alguém possa explicar/informar qual a razão da transformação, o porquê de pinturas diferentes, o porquê da não manutenção da cor original ou de gerações!

Foto de 2015
Numa próxima visita à capela para além das orações à Senhora dos Verdes façam os olhos percorrer calmamente os altares e vão reparar que existem também anjos e querubins e existem portas que se dissimulam na decoração, servindo para ser mais fácil o seu arranjo e manutenção, no entanto o tempo não perdoa e os elementos decorativos, que outrora seriam belos, são quase invisíveis. 
Também podem ver aqui a imagem restaurada da Nossa Senhora dos Verdes e comparar.

sábado, 22 de agosto de 2015

A bicharada da nossa infância

Dia 24 é dia de São Bartolomeu e era quando apareciam mais moscas em Forninhos, então ouvia-se que foram os bois lá de Trancoso que as enxotaram para cá. Adoro ouvir estas 'coisas', pois acho que têm um fundo de verdade. Mas não eram só as moscas que nos torra(va)m a paciência, outros bichos voadores também: mosquitos, moscardos e até moscas varejeirasLeiam este texto até ao fim (se fôr medroso é melhor não ler!).

Moscas
Antigamente eram também as pulgas, piolhos, carraças e os percevejos que apoquentavam adultos e crianças. 
A pior praga de que me lembro eram os piolhos. Era fácil ver ao soalheiro mulheres a catarem crianças. Cabeça apoiada no regaço ou a passarem no cabelo o pente de derrubar (de dentes mais bastos) para sobre o regaço, onde depois iam caçar os parasitas do telhado humano. Quase desapareceram, mas só de escrever já estou com comichões na cabeça!
Ainda há as melgas a chatear, as aranhas e os aranhiços e as teias deles a colarem-se à nossa cara quando se atravessa um terreno por baixo de uma arvorezita e há as abelhas que mordem e provocam inchaços horríveis. 
Pior que as ferroadas das abelhas talvez só as babas das lagartas dos pinheiros!
Há ainda as formigas normais e as de asas - as agúdes - para pôr nos custilos e apanhar agora os tralhões.
Menos agressivos e nada perigosos: os gafanhotos, o cavalinho-rei (cavalinho rei põe as mãos que eu não te matarei) e as joaninhas (joaninha voa, voa que o teu pai está em Lisboa...).
Agúde
Dos rastejantes, agora o que mais há são lagartixas, mas quando era garota abundavam os lagartos - os senhores da casaca verde - que intimidavam, mas não eram nojentos; nojentos eram as cobras, as osgas e salamandras.

Salamandra
Ainda não está enojado? É que ainda falta falar dos lacraus (que são da família dos escorpiões). Mordiam à brava os alacraus

Lacrau
Note-se que o Nacional Geographic afirma que o lacrau "é o único escorpião em Portugal".
E os bichos da água?
O que me metia mais medo era a cobra ribeirinha, depois os tira-olhos. Os alfaiates nem por isso, mas apoquentavam as lavadeiras. Eram uma praga ao de cima da poça da Eira e nos tanques.
E das moiras, lembram-se? Miúdos em algazarra, com e sem idade escolar, apanhavam girinos nas pias da fonte, para nós a da Lameira era um autêntico viveiro: íamos para lá apanhar esses seres inocentes para trazê-los para casa.

Girinos/'moiras'

Medos, nojos e brincadeiras à parte, muitas espécies quase desapareceram, algumas devido a uma melhor higiene, outras, devido a alterações dos solos e produtos químicos utilizados.

(as imagens são do google)

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

A Banda voltou à Festa da Nossa Senhora dos Verdes


Deixamos um pequeno registo da Festa da Nossa Senhora dos Verdes de Forninhos, feita com o empenho e esforço da Comissão de Festas, para todos aqueles que não puderam vir...verem como foi o dia 15, sábado, que começou às 11h00 com chegada da banda filarmónica Lobelhense e seu desfile pelas ruas da aldeia de Forninhos, 





seguindo-se às 14h30 a procissão da  Nossa Senhora dos Verdes,



Guião da S. dos Verdes a anunciar a procissão


A Cruz que indica a solenidade da procissão




 missa solene e concerto da Banda



e depois das 17h00 dança (zumba)



O baile foi à noite...
Estão Todos: mordomos, famílias forninhenses e amigos de Forninhos, de PARABÉNS!

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

O olhar do talegre...

Pensava eu em menino que era o sítio mais alto de Portugal.
Na  primária, ensinavam os nomes dos rios e serras...e as linhas de comboio que nunca tínhamos visto.


Afinal a nossa serra  deslumbrante, que sempre fervilhou de passarada, cantada pelo uivar dos lobos, pelo assobio dos lavradores, pelas ceifeiras madrigais do mês de Junho cantando a desgarrada...e os pastores gritando: "acudam que é lobo..."!


 
O Henrique trouxe estas fotos, bem lindas por sinal e com elas sentimentos quase infantis, aquando a garotada ia procurar aventuras por estas serranias e sabia tão bem...
Para a esquerda, os Cuvos, terra pobre que pouco mais dava que uns bons chícharos e um milho miúdo.
Para a direita, S. Pedro, terra de bom centeio e pinheiros fortes de bicas que chegavam a ter quatro canecos de resina. Lameiros de bom feno e ranchos de gente feliz, como fomos.
Dizem que se chama marco geodésico, mas para mim continua a ser os olhos do mundo. Do meu!