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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

E lá no alto a Matela...

Hoje deu-me para falar da sentinela de Forninhos, a amiga e camarada ao longo dos tempos. Até há pouco tempo freguesia da Matela.
Cá de baixo, olhamos por de cima dos pinhais e serranias para ver o tempo nela. 


Lá ao cimo, naquela montanha, porventura a última muralha da serra da Estrela, ela se situa. Forninhos fica num vale, logo por debaixo e olhando a seu redor as aldeias circundantes do rio Dão, estas estão ocultas, pois por arriba fica a serra de São Pedro que esconde Penaverde e. à esquerda. matas e mais matas que não deixam vislumbrar nem Dornelas ou Colheirinhas, embora pertençam ao mesmo concelho e distrito.
Enfim, somos filhos adoptivos da lei...
A gente pouco se incomoda, pois por norma vai às compras para baixo, em direcção a Viseu que mais tem a ver connosco e até o avaliar do tempo para o dia seguinte, sempre se olha para as bandas de Penalva, para aquelas manchas vermelhas e, assim, se acautela o que aprouver no cultivo.
Mas olhamos para a Matela no tempo frio, naquela chuva miudinha quando acordamos e se ela não estiver branca de neve, não vai ser hoje que a gente mata saudades de tantas coisas...
Nem falo de faltar à escola que há muito fechou, nem do barulho dos caçadores exímios, os da Matela que desciam pelas Androas e Castiçal, nem dos lobos sobejos, isso são recordações...tais como o campo da bola, o deles, com balizas de varas de pinheiro, lá no alto circundado de carqueja - era o que havia - cujo final seria um milagre se tal acontecesse, mas depois havia sempre um petisco.
Gente boa esta, embora sempre tenha havido desavenças entre nós, mas mais pelas festas cujos tocadores lutavam pela primazia. A Matela tinha dos bons guitarristas e Forninhos não se ficava e volta não volta, lá se juntavam a cantar serenatas perto da meia noite pelas suas terras, a troco de uns copos de vinho e umas chouriças.
Era tempo de alegria por vezes mal medida tal como na festa da Sra. dos Verdes em que um pouco tocados pelo tinto, durante a missa começaram a tocar e cantar; foi o fim do mundo com muitas cabeças partidas e gritos na fuga pelas encostas. A vida tinha outra alegria...
Mas tinha gentes artistas: o tio Chantre comprava, vendia, matava e esfolava pelas alturas festivas; o Zé Barbado, casado com a sua irmã; o amigo Vasco, latoeiro  e mestre da sua arte, ainda vivo. E, porventura dos maiores e sem desprimor, o tio Valentim sapateiro. Era sagrada a sua presença nos dias de domingo, descendo apeado com a famosa saca às costas, carregada de encomendas resolvidas e outras para levar pinhal acima, sempre a subir para a Matela. Encoirava tamancos, remendava botas e sapatos, fazia calçado novo; um artista renomado e respeitado. Bom homem o tio Valentim!
Mas se ainda agora morre um de baixo, aparecem os de cima, de igual modo acontece com o contrário.
Uma coisa é certa e não foi por acaso que apelidei esta aldeia de sentinela, pois fui testemunha no último verão aquando se iniciou um incêndio em Forninhos no lugar do moinho da Carvalheira junto aos Cuvos e em direcção a S. Pedro. As gentes da Matela, lá do alto, deram o alerta e sabe Deus o que salvaram.
Bem Hajam!

27 comentários:

  1. Um bom texto, onde o tempo se entretêm num vai vem entre passado e presente.
    Um abraço

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    1. Gosto de me entreter no tempo, Elvira.
      De gentes que nunca viram o mar, mas tantos turbilhões de ondas de amor e revolta sentiram.
      Abraço.

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  2. Sempr4e lindas recordações dos tempos vividos por lá e, certamente, lá do alto, Matela, como sentinela, muito viu...Coisas boas e ruins... abraços, tudo de bom,chica

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    1. Sabe, Chica...
      Aquando a gente gosta, ainda por cima em crianças, as recordações saem mais verdadeiras e agora anos passados, nada custa a olhar para detrás e sentir que uma comundade foi construtora da nossa personalidade e a aldeia da Matela para mim foi.
      Abraço.

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  3. Ao ler o texto ... recordei Lagarinhos ... terra dos meus falecidos sogros!
    Adorei a descrição ... bj

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    1. E não sabe bem recordar?
      Aqueles lugares todos guardam "segredos" e ensinamentos, memórias que temos de viver e transmitir, mesmo que por vezes, com o coração num aperto!
      Beijinho.

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  4. Magnífica recordação!
    A etiqueta que lhe deste está soberba:Património Paisagístico.

    Beijinhos.

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    1. Como que replico o seu post "Um olhar".
      E a sineta do tempo, qual sentinela...
      Beijinho, Elisa.

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  5. Diz a cantiga: Matela, Matela/situada lá na serra/rodeada de olivais/e de tudo muito mais...A nossa querida terra.
    Esta paisagem acompanha-nos desde que nascemos e esta fotografia foi tirada pouco depois de eu ter nascido; foi tirada no meu baptizado pelo meu padrinho de baptismo, que é natural da Matela, o Sr. Pe. Matos. Foi no final da cerimónia e no adro, como a Matela estava “vestida” de branco, o Padre que me baptizou, o Sr. Pe. Fernando, virou-se para o meu padrinho e disse-lhe: “Tira uma fotografia à tua santa terrinha” – assim o fez e hoje mais que observar a Matela, podemos ver a evolução que sofreu a Rua da Igreja, de Forninhos.
    Foi uma das freguesias extintas (agregadas) pela reorganização administrativa de 2012/2013. Ficou agregada às Antas, mas bem podia ter ficado agregada a Forninhos. Os nossos limites administrativos estão próximos dos povos da Matela e Moradia (antes anexa da Matela). A Matela nem tanto, mas os da Moradia interagem e identificam-se muito com a nossa freguesia, em termos civis, religiosos, sociais. Já passou...
    Falas dos tocadores da Matela. Também eles estão relacionados com o meu nascimento. O meu pai sempre conta que o Cipriano e tio João Freitas no dia que eu nasci vieram ter a casa do meu avô Cavaca, que cantava muito bem e houve toque e cantoria até de madrugada!
    Muito há que dizer sobre a Matela...Este post pode ficar, dias, semanas, que eu tinha sempre que dizer. A minha família materna é conhecida por "Matelas"; a paterna são os "Cavacas" que sempre ouvi dizer eram da Matela. Tanta coisa...
    Junto ao campo de futebol havia carqueja e ali por Abril/Maio as pútigas.
    A Matela vê-nos todos os dias.
    Nunca os de Dornelas ou os de Penaverde, por exemplo, poderão dizer isso…
    Ouvimos o relógio da Matela.
    Ouvimos o sino tocar aos sinais, ao fogo, a convidar para a missa de domingo ou o toque de festa quando sai a procissão.
    Ao contrário da cantilena aos sons do sino, o da Matela faz-se ouvir!
    Quando falha(va) a luz em Forninhos, tantas vezes ouvi e ainda ouço dizer:
    "Na Matela nunca falha a luz" ou "Os da Matela têm sempre luz"!
    Os da Matela têm sorte...têm um vista bem bonita, porque Forninhos é bonito!

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    1. Então o post cá fica à espera do que tens mais para dizer...
      Eu pouco posso acrescentar ao por mim vivido, não sendo os jogos da bola lá no alto da Matela. Quase sempre era expulso pelo Sr. Castanho, o árbrito por os meus golos incomodarem e em que a bola saindo ia por ali abaixo em direcção ao ribeiro ou rio dos não sei quantos, mas o mesmo em que no estio do Verão a gente se juntava ao anoitecer e íamos à Matela Velha apanhar peixes que era uma farturinha.
      Bailaricos alguns, pois então, mas por norma encostado nos tanques junto à taberna ouvindo as concertinas ou realejos.
      No que respeita a tocadores, sei que o meu avô Francisco, por ali andou nos devaneios do seu tempo, tocando guitarra, tal como o pai da Luzia e o teu avô Cavaca a cantarem e terem na noite adiantada, todas as portas abertas para comerem do bom e do melhor, pois cá em baixo, Forninhos, era igual.
      Hoje acho que a Matela e apesar demais pequena, está mais briosa com o que tem; vai menos com "sede ao pote" a tratar das coisas e espera o momento. Basta ver a parte social...
      Em viagem, no Natal, parei frente`ao café do Luciano, ali encostado aos tanques de lavar roupa e estava fechado, mas a caixa do correio, encarnada, lá marcava os horários.
      Pena que no outro lado e encostada, a loja do Mestre Vasco, o latoeiro estivesse encerrada. Disseram que por idade e saúde tinha ido para Fornos.
      Ecom ele a imagem e recordação mais forte que tenho desta bonita terra, a sempre boa disposição e alegria que terminava sempre nas rambóias com o já classico sinal de vitória por ele gritado: o Vasco é "V".
      Um abraço para ele.

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    2. Quanto à parte social “nem me lo digas” como dizia Vasco Santana!
      Semelhante só a fonte/tanque com aquela cobertura!
      Por ficar num plano mais alto, é uma terra mais gelada,logo a água é também mais gelada, mas menos saborosa que a de Forninhos por ser insossa, talvez faça muito bem...
      Por lá a neve demorava mais tempo a derreter e até se costumava dizer em Forninhos que a neve em Forninhos almoçava, mas já não ceava. Enquanto na Matela, almoçava, jantava e ceava, lembras-te?
      Dos artistas da Matela o que lembro melhor é também do latoeiro Vasco. Em Forninhos não havia artesãos deste ofício!
      Nos últimos anos era frequente vê-lo em exposição nos pavilhões do concelho (Penalva do Castelo) nos vários certames levados a cabo por este país fora. Do sapateiro tio Valentim não me lembro. Lembro do Chantre. Não lembro do cunhado, Zé Barbado, que até era natural de Forninhos, era filho da tia Natividade, que ainda conheci. Guardava ovelhas.
      Muitos naturais de Forninhos casaram na Matela e Moradia. Dois irmãos da minha mãe,por exemplo, casaram na Matela e não foram viver para Forninhos. Da Moradia nem se fala, quase todos, senão todos, fixaram-se na Moradia.

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    3. P.S: E dos que casaram na Matela se calhar só um veio viver para Forninhos!
      Se não fosse isso, nesta altura os habitantes da Matela e Moradia eram menos e os de Forninhos mais.
      Que posso dizer mais?
      Em tempos idos, em Forninhos não havia grande loureiro, o meu pai e tio António para o domingo de Ramos iam buscá-lo à Matela Velha, à quinta dum senhor que se chamava João da Velha!

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    4. Tive o sortilégio de a casa dos meus pais ficar encostada ao ribeiro dos Moncões, na extremidade da aldeia, na altura nada ter em frente, não sendo alguns lameiros e o resto sempre a subir, serrania de penedos que as matas cobriam.
      Anda hoje gosto de me chegar à varanda e olhar lá para cima, sentir a névoa matinal que a abraça e esconde até o sol subir, o toque das Avé Marias e os esganiçados corvos que não se cansam numa disputa com os gaios no alarido...
      Somos duas aldeias que se abraçam nos seus costumes de cima para baixo e vice-versa.
      Tal como os lobos desciam de arriba outrora e ainda agora a raposa matreira, esganiçada, choramingas.
      Mas outrora houve segundo me contaram, quem de lá e depois de casamento feito, viesse viver para Forninhos:
      A tia Maria Augusta Pirolas.
      A mulher do tio Herodes.
      A tia Maria, mulher do tio Luis Pêgo.
      E outros e outras, se calhar, porque de facto Forninhos é bonito e cativante!
      Quanto ao tio João da Velha, fica para outras calendas, pois segundo apurei, teve uma história interessante com uma espanhola trazida pelos mineiros...

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  6. ....
    ....
    Era uma vez um país
    Onde entre o Mar e a Guerra
    Vivia o mais infeliz dos povos
    Á beira terra...
    Onde ...entre vinhas,
    Sobreiros, vales , sucalcos, searas....
    Serras, atalhos, veredas , lezírias..
    E praias claras...
    Um povo se debruçava
    Como um vime de tristeza
    Sobre um Rio..
    Onde mirava a sua própria Pobreza..
    ....
    Onde o pão era contado..
    .....
    Onde suava o ceifeiro
    Que dormia com o gado..
    .....
    Onde morria primeiro
    Quem nascia desgraçado..
    ..
    Ali..
    Vivia um povo
    Tão pobre que partia para a Guerra
    Para encher quem estava podre
    De comer a sua terra...
    ....
    ....
    Alguém que lhe queria bem
    Um dia plantou um cravo..
    Era a semente da Esperança..
    ....
    Mas já era a LIBERDADE...
    ......

    ARY dos SANTOS

    Bom fim de semana
    Abr
    MG

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    1. Canta o Vitorino:
      " Se a morte fosse interesseira
      Ai de nós o que seria
      O rico comprava a morte
      Só o pobre é que morria".
      Forninhos e Matela, partiram para longinquas paragens pela pobreza e liberdade, como tantos de outras paragens...
      E ganharam a sua demanda!
      Abraço, António.

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  7. Um texto bonito, cheio de belas e gratas recordações...
    Foto que expressa sensações esperançosas...
    Um abraço aos dois... Muito carinho, Anete

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    1. A MATELA.
      Atalaia é um termo de origem árabe e significa torre de observação. Designa qualquer lugar mais elevado ou ponto alto de onde se vigia. O termo também designa a pessoa que está encarregada de vigiar determinada área. Neste caso, é sinônimo de sentinela ou vigia. É também o termo para designar o morro mais alto de uma serra; "estar de atalaia", por exemplo, é uma expressão que indica o ato de estar de guarda, à espreita, vigilante. Quando o salmista escreve o verso 6, ele faz alusão do sentimento do atalaia, ou sentinela, durante seu trabalho. No normal, ele ficava nas madrugadas, em lugares altos, vigiando, e só. Assim, o seu anseio pela manhã, era forte, ele não via à hora, de chegar o dia, e ir para casa, abraçar sua esposa, seus filhos, ficar no aconchego do lar, são e salvo.

      Assim e em parte, vejo esta aldeia. Abraço.

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  8. Um texto fantástico que em nada fica atrás dos belos relatos feitos pelo Aquilino Ribeiro dessas terras do interior e das suas gentes. Fiquei deliciado a ler.
    Um abraço e bom Domingo.
    Andarilhar
    Dedais de Francisco e Idalisa
    Livros-Autografados

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    1. Bondade a sua, caríssimo.
      Sabe, por vezes tenho uma pena imensa de nao ter podido por ali andar mais tempos e contratempos, mas a vida matreira por vezes não nos deixar estender na eira, nem os nabais e que demais, nos recantos da geada não apagam a saudade.
      Somos como somos, carentes...
      Uma casa em ruínas foi um palácio outrora, embora de terra batida, numa abundância de almas...penadas, porventura por andarem os Faunos pelos Bosques.
      Um abraço.

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  9. Boa tarde Xico,
    Uma homenagem muito bonita às gentes de Matela e todo um recordar de tempos idos que ficaram na memória.
    Não sou de Forninhos, mas aprecio imenso as vossas narrativas sobre usos e costumes e outros factos importantes que se verificavam na vossa aldeia tão peculiar.
    Um beijinho e boa semana.
    Ailime
    P.S. O Sr. Francisco acima também fala das semelhanças da sua escrita com a de Aquilino. Já há livro para ser publicado?

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    1. Boa noite querida amiga.
      Mal daquele que não se revê no outro,pelo bom ou pelo mau.
      Desde os primórdios que aprendemos uns com os outros e quanto mais próximos e semelhantes, mais nos aperfeiçoamos.
      A Matela sempre ajudou Frninhos e este nunca he ficou a dever, embora e como numa família, volta e não volta houvessem as suas desavenças.
      Uma coisa é certa: sempre honraram os honrados.
      O resto e da forma como escrevo, sai do coração e ainda bem que gosta.
      Aquilino foi o "nosso" mestre", claro, mas ainda mais que as suas letras, gosto de recordar as cantigas nas nossas ceifas e madrigais, toleimas, bulhas e afins, tudo, mas tudo ao rondar das nossas portas, credos e benzeduras epor tal no matraquear das palavras nos comparem...jamais!
      Ele, foi Ele, eu apenas tenho rascunhos por aqui e restos numa sebenta.
      Beijinho, Ailime.

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  10. ....
    ....
    "....sai do Coração..." Xico

    No meio daquela escuridão,no luto ,na pobreza ,na fadiga,
    longe de tudo . Perguntei. O que são aquelas luzes ?
    Aquilo ali é a Matela ...! Alguém me respondeu ..
    Não dormi essa noite ...
    ( Maio de 1989 )
    ....
    ....
    Perdi tudo ..mas ganhei um tio da Matela.E a paixão por esse lugar , vosso , no vale , no cimo da encosta do Dão ....
    Que Deus os proteja.
    Dizia a minha Mãe , a Justiça Divina é Certa e Sagrada !

    Abr
    MG


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  11. Também sai do coração...
    Sinto que esta pequena aldeia o marcou e a ela ficou ligado.
    Ainda bem, mas pena tenho que por entre lembranças de luzes, estas se foram perdendo (não digo por si) mas por porventura, azares ditados.
    Deixo o convite, apareça na altura das festividades, não se acanhe, pois lhe garanto, por mim, será bem recebido.
    Abraço.

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  12. .....
    .....
    Xico,

    Só não fui a Forninhos nos últimos cinco anos, porque o "Alentejo" da minha familia cede-nos uma casa nas férias ,na planicie...nas Beiras a casa está ocupada.
    Estamos em tempo de " vacas magras ".
    Mas nesta familia , dos 40 sentados á mesma mesa em Janeiro cinco criaturas nasceram aí perto, destas cinco criaturas já nasceram quatro netos ( uma menina e três rapazes ) ....ou seja , sendo que tenho três criaturas registadas com o meu nome no lugar de pai , faça as contas meu caro , se
    entre Matança , Sobral e Forninhos não tenho motivos para
    passar , comer, beber e ficar ...
    Seguramente arrancarei alguns bons e sinceros abraços..
    Como arranquei , há poucos dias , choro e lágrimas da minha vizinha , no Funchal , junto a casa de meu pai e sorrisos no Arco S Jorge , junto ao lugar onde meu avô Francisco nasceu ...
    De tanto mal que me fizeram até cresci como Homem....tenho a
    admiração imensa dos que chegaram a pensar que eu ia acabar nas ruas de Lisboa a arrumar carros...
    Sempre atraí a inveja , o ciúme e a maldade...
    Talvez porque porque sem licenciatura ganhei tudo o que havia
    para ganhar entre 92 e 2004...
    Até o whisky roubaram da minha garrafeira...
    Andaram 10 anos a ver qual o dia que me distraía...
    Sempre respondi ajudando os menos protegidos...
    Deus tem me dado o dobro ..ando sempre entretido neste jogo.
    Como a vida é linda ! Dificil e Colorida ...

    Abraço especial Xico.

    Mas que descancem esse pobre homem....que receia que vou ao Café do Virgilio mostrar o video de como me deixou a vivenda
    em Agosto de 2006. Que empreitada !
    Não se cansa ( m ) de chamar-me " doente" para disfarçar o infernal desrespeito pelas suas almas perdidas...
    As aldeias e os lugares são belos demais para tanta maldade..

    Abr
    MG

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  13. Também o meu avô paterno se chamava Francisco.
    Compreendo o que cita.
    Um abraço, António.

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  14. Também o meu avô paterno se chamava Francisco.
    Compreendo o que cita.
    Um abraço, António.

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  15. ....
    ....
    Chico, permita-me :

    Tinha 18 anos e fui estudar á noite e trabalhar para uma fábrica de massas , na margem direita da Ribeira de João
    Gomes ,no Funchal . Hoje propriedade da Câmara.
    Recebia senhas refeiçao " Ticket" como subsidio de almoço.
    Quis pagar com essas senhas um almoço a meu Avô Francisco,
    meu pai e meu tio Sabino ( casado com uma irmã do meu pai )
    ja falecido !!
    Uma estreia. A pagar . E a conduzir .
    Pedi emprestado um Mini a um tio e toca a " aventura" ...
    Bem no Norte da Ilha, optámos pelo Porto da Cruz . Onde em frente a igreja existia (e existe) um restaurante que recebia as tais senhas.
    Ou seja tinha assinalado na porta que sim...
    Comemos e bebemos e no final esta criatura puxa das senhas para pagar . Ora acontece que o senhor do espaço diz que não as recebia...!! Foi a confusão !
    Meu pai "tocado" faz uma birra com o homem e meu avô discreto
    levanta-se , simula que vai a casa de banho e paga a conta..
    Disse -me.." pagas outro dia com as tuas senhas " ...

    33 anos depois fui aos dois sitios.....onde nasceu meu avô e
    onde meu pagou o almoço ...( obrigado Primo !! )
    Um simbolo , uma referência , o " Meu Francisco " !!
    Como é saboroso recordar....matar saudades..
    A vida corre...


    Abr
    MG

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